Oração de Uma Maltrapilha

"Que a podridão do meu ser por mim não seja esquecida. A culpa, essa sim, deve ser apagada. Para que assim eu ceda o lugar ao teu perdão e em alta voz clame: Obrigada senhor por amar os maltrapilhos, por chamá-los de filhos, pelos cravos que me redimiram"

sexta-feira, 20 de março de 2009

Encontro com o Salvador


A maltrapilha fita incrédula o furo em suas mãos.
Toca espantada a ferida de seus pés.
Sorrindo, a face amorosa do salvador se contrai.
Eu pergunto pela dor, mas Ele responde que não.
A dor se foi, ficou na cruz, em suas mãos e pés só a há espaço para o amor.

sábado, 14 de março de 2009

God and a Girl


"Why won't you notice me?
I loved you long before the show
From behind the scenes"
(Behind The Scenes - Joy Whitlock)
*
Todos os filhos pródigos tem sua própria História de redenção. Alguns percebem a lama em um chiqueiro outros em um cinema.
É quando os orgulhosos e auto suficientes percebem que são apenas filhinhos, meninos e meninas de Deus. Deste momento nasce um cd. God and a Girl.

E se pudéssemos transformar nossos clamores, dores e conversas com Deus em diversas músicas?
Joy Whitlock fez isso e nos trouxe um cd lindíssimo, com uma simplicidade única que o torna ainda mais belo.
Segundo ela própria o nome do CD é por causa da sinceridade que vem com ele. Várias das músicas surgiram de conversas com Deus e por isso Deus e uma menina. Não a orgulhosa independente, mas a menina redimida que em um cinema percebeu o tamanho do amor de Deus ao enviar Jesus.

O cd nasce do fundo do seu coração e podemos sentir isso em cada uma das faixas. Poucas coisas são tão belas quanto a simplicidade de uma conversa entre Deus e uma menina.

Alguns músicas mais acústicas e outras mais agitadas dão ao álbum um equilíbrio fantástico e ao final você está completamente apaixonado pela voz maravilhosa da cantora que se auto denominou menina.

Ouça: www.myspace.com/joywhitlock

sexta-feira, 13 de março de 2009

Para uma Maltrapilha Amedrontada

Enquanto houver medo
Deus estará lá
No meu próximo momento de dor
Quando as lágrimas insistentes encharcarem meu coração
Quando o meu deserto secar minha esperança
Deus estará lá
Ele me abraçará em meio a dor
E me amará em meio às lágrimas
Ele me carregará no deserto
E quando tudo for incerto
Deus estará lá
Se o céu se fechar e a chuva cair
Quando tempestades se formarem
E a vida se tornar amarga
Deus estará lá
E o amor será o caminho para esperança
A presença será o motivo para os passos
E a fé me lembrará que sou amada
Deus está aqui e estará lá
Quando tudo que é não mais for
Deus estará lá
E Seu amor será sempre o Suficiente.

terça-feira, 10 de março de 2009

Estrelas de Perdão


Se eu pudesse visitar o jardim naquela noite. Se eu pudesse ver suas lágrimas...
Seu sofrimento foi indescritível e me pergunto porque, sempre me pergunto qual o motivo daquele escárnio todo. Por mim. Quase posso ouví-lo dizer sorrindo, por mim.
Não apenas para me salvar, mas para que com todas as letras e com toda a verdade Ele pudesse me dizer: Eu sei o que te machuca.
Meu coraçào maltrapilho ferido foi sondado. Ele me conhece o suficiente para saber o que me dói. Ele conhece os ladrões da minha alegria. Sabe em que momento eu perdi a minha esperança.
Conhece o momento da minha queda, sente em sua pele o sol quente do meu deserto.
Então, em meio ao acusador e a culpa que me cercam eu elevo meus olhos ao céu. Uma estrela para cada pedido meu de desculpas e os céus se abrem para mostrar que assim como o céu é alto o perdão de Cristo é suficiente. Suficientemente tudo que eu preciso para continuar. Ele sabe o que me machuca. Conhece minhas culpas, e me abraçando chora comigo a minha dor.
E os céus se abrem, é Jesus me dizendo o quanto me ama.
Se eu pudesse visitar o jardim naquela noite talvez eu encontrasse não apenas lágrimas, mas sorriso. Porque me ama. Porque Ele levou sobre si as minhas dores.
Ele dissipou as minhas culpas. E como o véu se rasgou de alto a baixo, eu sou livre.
Jesus conhece-me, ele sabe o que me machuca. Ei-lo ao meu lado me carregando pelo deserto...
Meu coração maltrapilho será curado, pois são as feridas e os cravos que curam.
é sua dor que me liberta da minha.
E quando as palavras cessam, meu coração maltrapilho clama e grita, não mais gemidos de dor, mas de gratidão eterna, pelas estrelas de perdão infinito de um Deus amoroso.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Cacos


Acho que culpa é um tipo antigo de cancer. Cresce, machuca e eventualmente mata.
O deserto da diversas culpas e desapontamentos é de todos o mais cruel. Rouba sem piedade minhas forças e destrói-me sem nenhum tipo de misericórdia.
O fardo é pesado. A dor do deserto e da culpa estão destruindo a minha alma...
Vergonha cerca a vida dessa menina.
Existem coisas que não se superam...vivemos o resto dos dias apenas tentando conviver com o que não podemos modificar.
Não se supera a morte.
Supera-se o deserto...mas quando?
Quando a dor para de massacrar o que restou do meu coração quebrado?
Ei-lo partido de novo. Corações só serão práticos quando forem feitos inquebráveis. O mágico de Oz disse isso e eu não acreditei, mas depois da milésima vez que seu coração quebra você começa a dar um pouco de crédito.
A trilha de tijolos amarelos gastou-se e perdeu o brilho, é a vida...ou a morte, depende dos olhos de quem vê.
Eu peço a Deus que me mostre o caminho, porque a pródiga maltrapilha para completar está perdida.
Eu peço a Jesus que me carregue, pois as forças se foram e a vida parece ter sido cruel.
E peço sobretudo que eu compreenda que a vida de que falo é o plano que ele traçou e a dor da qual reclamo é a forma que ele sábiamente está usando para, de uma forma incompreensível, demonstrar seu perfeito amor. Porque Deus não tem defeito e essa a verdade a qual me apego.

Ele me ama e está comigo no deserto...mesmo que em minha confusão eu não consiga sentir a presença do meu abba.


"...e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos."
Mateus 28:20b

Alvorada




A noite escura da alma parece sempre não ter fim. É sempre solitária e no meu caso, nem mesmo as lágrimas foram minhas companheiras.
Houve porém um alguém, que foi deixado só para eu tenha companhia e foi desamparado para eu não mais seja.
Foi uma noite escura a dele. Meu deserto foi no meu quarto, o dEle em um jardim.
Enquanto a noite passa, a dor aumenta. A dor sempre aumenta antes de diminuir...Quando chega até o insuportável é quando repentinamente o céu clareia e sorri. Talvez seja a intensidade do clamor, talvez seja coincidência. Mas eu particularmente acredito que é meu Deus que conhecendo meus limites dissipa as trevas da noite escura e traz oásis ao meu deserto.
Então a noite vem e não vejo mais as trevas, vejo as estrelas, o sorriso de Deus. São elas o grito constante do meu salvador dizendo que me ama.
Eis então o tão delicioso amanhecer, que traz as misericórdias de um Deus de amor e que aquece o coração frio e ferido de uma maltrapilha.
A luz do coração de Deus vem simplesmente desfazer as dúvidas e dar lugar ao amor. Porque o perfeito amor destrói o medo e dá lugar a vida.
Obrigada senhor pelo amanhecer, pois nele o senhor demonstra a sua misericórdia por esse coração maltrapilho perdido.



"Eu sou o SENHOR, o teu Deus. Que te toma pela tua mão direita e diz: Não temas eu te ajudarei." Isaias 41:13

quinta-feira, 5 de março de 2009

Seu Mário

Quando eu soube da morte fiquei em choque. Demorei a processar, depois derramei umas lágrimas teimosas que insistiram em cair. Voltei no tempo e mais uma vez eu revivi duas mortes que foram realmente traumáticas.
Quando a morte vem tudo acaba. Não temos segundas chances ou uma última oportunidade de dizer o que não foi dito, só nos cabe orar para que a culpa venha e rapidamente deixe em paz o coração ferido.
Eu queria tê-lo visto antes de saber que não o veria mais e quase iniciei o post com um SONORO "Querido 'seu' Mário", depois desisti. Ele não vai ler esse diário e nem vai conhecer o meu coração tolo e culpado.
Eu deveria ter ido a missa de setimo dia, mas não acredito que aquilo vá mudar algo, talvez aliviasse a culpa dessa maltrapilha falha que não estava por perto quando deveria estar.
Eu desejei voltar no tempo...mas dizem que não é possível.
Normalmente eu me arrependo mas não desejo voltar no tempo, dessa vez eu queria tê-lo visto. Não seu corpo sem vida, não aquela carcaça morta, mas o verdadeiro Seu Mário. Que brigava, brincava, ria e sempre me protegia.
Vou sentir saudades infinitas e sei bem disso. Eis uma verdade imutável.
Na verdade eu queria chorar...mas as lágrimas insistentes foram as únicas e parecem ter esgotado. Então as lágrimas caem para dentro em forma torturante de dor e eu tento expelir através de uma página tosca de um diário que ninguém nunca vai ler.
Que Deus tenha misericórdia do meu coração maltrapilho ferido...